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"Sartre e o Vazio de ser você: Liberdade, angustia e a Busca por Autenticidade"

Atualizado: 2 de jul.


Robô contemplativo segurando estrela, fundo azul

Introdução: Sartre e o Existencialismo no Século XXI

Jean-Paul Sartre, filósofo francês e ícone do existencialismo, continua a desafiar nossa compreensão do ser humano. Em um mundo marcado por incertezas e pressões por identidade, suas reflexões sobre o "vazio de ser você" revelam-se mais urgentes do que nunca. Este artigo explora como a filosofia de Sartre ilumina a experiência moderna de autenticidade, liberdade e o confronto com o nada interior.


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1. Existência precede Essência: A Base da Liberdade Humana

Sartre afirma que, diferentemente de objetos (que têm uma essência pré-definida), os humanos existem primeiro e só depois definem quem são através de escolhas. "O homem não é nada além daquilo que ele faz de si mesmo". Essa ideia desloca a busca por uma "natureza humana" fixa, colocando-nos diante de um vazio primordial: não há um "eu" predeterminado. Somos projetos em constante devir.


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2. O Ser-Para-Si e o Nada na Consciência

Em "O Ser e o Nada", Sartre distingue o "em-si" (objetos estáticos) do "para-si" (consciência humana). O *para-si* é marcado por uma falta — um vazio que nos impele a transcender o presente. Essa "nadaização" é a raiz da liberdade: podemos negar o que somos para nos reinventar. Porém, esse vácuo gera angústia, pois nos confronta com a responsabilidade infinita de criar a nós mesmos.

Cabeça cibernética em espaço cósmico; Neuropsionline

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3. A Angústia da Liberdade: O Peso das Escolhas

Condenados à liberdade, como diz Sartre, não podemos delegar nossa autoria existencial. A angústia surge quando percebemos que até a inação é uma escolha. Exemplo: um jovem que hesita entre seguir uma carreira segura ou um sonho arriscado enfrenta o vazio de não haver uma resposta "certa". A liberdade, aqui, não é alívio, mas um fardo que exige coragem.


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4. Má-Fé: A Fuga do Vazio

Para escapar da angústia, muitos adotam a má-fé (mauvaise foi), negando sua liberdade. É o caso de quem se define rigidamente por papéis sociais ("sou apenas um bancário") ou atribui seu destino a forças externas ("nasci assim"). Sartre critica essa inautenticidade: ao nos cristalizarmos em uma "essência", traímos nosso potencial de ser nada — e, portanto, tudo.

Homem robô com bailarino em seu peito; arte digital

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5. O Vazio de Ser Você na Vida Moderna

Nas redes sociais, vemos a má-fé em perfis curatelados que escondem conflitos internos. A cultura do self-made man e a pressão por "encontrar seu propósito" exacerbam a ansiedade diante do vazio sartriano. Psicologicamente, isso se manifesta como crises de identidade ou síndrome do impostor — sintomas de uma sociedade que teme a liberdade tanto quanto a deseja.


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6. Abraçando o Vazio: Criação de Sentido e Autenticidade

Sartre não propõe desespero, mas coragem. O vazio é o espaço onde inventamos valores. Na terapia existencial, como em Viktor Frankl, reconhecer esse vazio é o primeiro passo para preenchê-lo com escolhas autênticas. Exemplo: um paciente que, ao aceitar a ausência de um "destino", redescobre paixões abandonadas e redefine sua vida com base nelas.


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Conclusão: O Legado de Sartre e a Reinvenção Contínua do Si

O "vazio de ser você" não é uma maldição, mas um convite à autenticidade. Em um mundo de respostas prontas, Sartre nos lembra que a beleza da existência está justamente em seu caráter inacabado. Como escreveu: "O importante não é o que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que fizeram de nós". Para a neuropsicologia, essa perspectiva oferece ferramentas para ajudar pacientes a transformar angústia em ação — escrevendo, a cada dia, sua própria essência.


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Palavras-chave: Sartre, existencialismo, vazio, autenticidade, liberdade, angústia, má-fé, neuropsicologia, identidade.


Referências Sugeridas:

- Sartre, J-P. O Ser e o Nada (1943).

- Frankl, V. Em Busca de Sentido (1946).

- Yalom, I. Existential Psychotherapy (1980).


Este artigo convida os leitores do NeuroPsi Online a encarar o vazio não como um abismo, mas como um território de possibilidades — onde a liberdade, ainda que assustadora, é a única via para uma vida verdadeiramente própria.


Se fez sentido para você, considere agendar um horário com o psicoterapeuta Adilson Reichert, de o passo rumo a resignificação de si mesmo!


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Arte digital futurista: Tartarus and the Empty Vessel,  Neuropsionline

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