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"Saúde Mental em Tempos de Capitalismo: A Dança entre Estruturas Sociais e Resiliência Individual"

Atualizado: 2 de jul.

Saúde Mental e Teorias Econômicas: Uma Análise Crítica da Visão Sócio-Crítica Não Dialética versus a Dialética na Sociedade Pós-Adam Smith

Saúde mental no capitalismo: dança entre estruturas sociais e resiliência individual

Introdução


A obra de Adam Smith, frequentemente considerada o pai da economia moderna, lançou as bases para o capitalismo que dominaria as sociedades ocidentais. Suas teorias, centradas na busca pelo interesse próprio e na mão invisível do mercado, moldaram não apenas a economia, mas também a forma como percebemos o comportamento humano e as interações sociais. No entanto, essa visão capitalista não é isenta de críticas, especialmente quando analisamos suas implicações na saúde mental e nos distúrbios psicológicos que emergem em contextos sociais contemporâneos. Neste artigo, exploraremos a dicotomia entre uma visão sócio-crítica não dialética e uma abordagem dialética no entendimento das consequências das teorias de Adam Smith sobre a saúde mental.

Ilustração: casal caminhando em direção ao Capitólio dos EUA

A Visão Sócio-Crítica Não Dialética


A visão sócio-crítica não dialética considera as condições sociais e econômicas como determinantes diretos do comportamento humano. Essa perspectiva enfatiza que os indivíduos são moldados por estruturas sociais fixas e pela lógica do mercado capitalista, onde o valor é atribuído ao lucro e à eficiência. Nesse contexto, a saúde mental é muitas vezes vista como um reflexo das pressões sociais e econômicas.


1. Pressões do Capitalismo


O capitalismo promove um ambiente competitivo em que o sucesso é frequentemente medido por padrões de produtividade e consumo. Essa pressão pode levar ao estresse crônico, ansiedade e depressão. A busca incessante por resultados tangíveis gera um ciclo de insatisfação e exaustão emocional.

Saúde mental vs. teorias econômicas: ilustração de cabeças com cérebro e arco-íris, mostrando Sontal-Criath e Diclatic.


2. Alienação e Isolamento


As relações sociais podem ser afetadas negativamente pela lógica do mercado. A alienação, um conceito central na crítica ao capitalismo, reflete-se nas interações interpessoais fragilizadas. O individualismo exacerbado pode resultar em isolamento social, um fator de risco significativo para distúrbios mentais.


A Abordagem Dialética


Por outro lado, a abordagem dialética propõe que as relações sociais são complexas e em constante transformação. Essa perspectiva considera a interdependência entre indivíduo e sociedade, reconhecendo que os seres humanos não são apenas produtos de seu ambiente, mas também agentes ativos na transformação desse mesmo ambiente.

Saúde mental e teorias econômicas: ilustração complexa de dois cérebros

1. A Dialética do Sujeito e Objeto


A dialética permite uma análise mais rica das interações sociais, onde as influências externas (como o sistema econômico) interagem com as experiências internas dos indivíduos. Assim, os distúrbios mentais podem ser vistos não apenas como resultados de pressões externas, mas também como respostas criativas ou adaptativas às contradições sociais.


2. Resiliência Coletiva


Na visão dialética, há espaço para a resiliência coletiva. Comunidades podem se unir para enfrentar os desafios impostos pelo capitalismo, criando redes de apoio que promovem a saúde mental. Essa solidariedade social é uma resposta à alienação e pode servir como um antídoto contra o estresse e a ansiedade.

Imagem abstrata: mente dividida, engrenagens, industria

Conexões entre Teorias Econômicas e Saúde Mental


As teorias de Adam Smith promoveram uma lógica econômica que prioriza o lucro individual sobre o bem-estar coletivo. Essa lógica impacta diretamente a saúde mental da sociedade contemporânea:


- Desigualdade Econômica: O aumento da desigualdade econômica gera tensões sociais que afetam a saúde mental dos indivíduos em diferentes níveis socioeconômicos.

- Consumo e Identidade: A busca por bens materiais como forma de validação pessoal pode levar à insatisfação crônica e ao vazio existencial.

- Trabalho Precário: O aumento do trabalho precário resulta em insegurança financeira e emocional, contribuindo para níveis elevados de estresse e distúrbios mentais.

Ilustração abstrata: figuras em construção, angústia humana

Caminhos para a Transformação


Para mitigar os efeitos negativos das teorias econômicas sobre a saúde mental, é essencial promover uma mudança social que considere tanto as estruturas econômicas quanto as necessidades emocionais dos indivíduos:


1. Educação Emocional: Investir em programas de educação emocional nas escolas pode ajudar jovens a desenvolver habilidades de resiliência.

  

2. Políticas Públicas Inclusivas: Implementar políticas que promovam igualdade social e acesso à saúde mental pode reduzir os impactos negativos do capitalismo.


3. Fortalecimento da Comunidade: Incentivar iniciativas comunitárias que promovam apoio social pode criar redes de proteção emocional.

Saúde mental e teorias econômicas: Visão crítica e dialética

Conclusão


A relação entre as teorias capitalistas pós-Adam Smith e a saúde mental é complexa e multifacetada. Enquanto a visão sócio-crítica não dialética destaca os determinismos estruturais que afetam o bem-estar psicológico dos indivíduos, a abordagem dialética oferece uma perspectiva mais dinâmica sobre as interações humanas. Reconhecer essa dualidade é crucial para desenvolver estratégias eficazes que promovam não apenas a saúde mental individual, mas também o bem-estar coletivo em uma sociedade marcada por tensões econômicas e sociais. Ao promover um diálogo contínuo entre essas perspectivas, podemos encontrar caminhos para transformar nossa sociedade em um espaço mais saudável e inclusivo para todos.


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Saúde mental em tempos de capitalismo: capa do livro

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