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"Entre Vida e Morte: Desvendando a Pulsão de Morte na Psicanálise e Neuropsicanálise"

Atualizado: 2 de jul.

A Pulsão de Morte nas Perspectivas da Psicanálise e da Neuropsicanálise


A pulsão de morte é um conceito fundamental na psicanálise, introduzido por Sigmund Freud como uma das forças motivacionais que governam o comportamento humano. Este artigo explora a pulsão de morte sob as lentes da psicanálise tradicional e da neuropsicanálise, destacando as semelhanças, diferenças e implicações de cada abordagem.

Entre a Vida e a Morte: Desvendando o Instinto de Morte em Psicanálise e Neuropsicanálise

1. A Pulsão de Morte na Psicanálise


Freud introduziu a pulsão de morte em seu ensaio "Além do Princípio do Prazer" (1920). Para ele, a pulsão de morte (ou Thanatos) é uma força oposta à pulsão de vida (Eros). Enquanto Eros busca a preservação e a reprodução da vida, Thanatos é associado ao desejo de retornar a um estado inorgânico, representando a destruição e a agressividade.


1.1. Elementos Fundamentais


  • Dualidade das Pulsões: Freud propôs que os seres humanos são impulsionados por duas forças opostas: Eros, que promove a vida, e Thanatos, que busca a morte e a destruição.

  • Repressão e Conflito: A pulsão de morte muitas vezes se manifesta através de comportamentos autodestrutivos ou agressivos, que são reprimidos pela sociedade e pela moralidade.

  • Sintomas Psíquicos: Freud argumentava que os sintomas neuróticos podem ser expressões da pulsão de morte, que se manifesta quando o indivíduo não consegue lidar com suas agressões internas.

Arte surreal: dois crânios, seres alados e humanos

2. A Neuropsicanálise e a Pulsão de Morte


A neuropsicanálise é um campo interdisciplinar que busca integrar os princípios da psicanálise com descobertas da neurociência. Essa abordagem considera como as estruturas cerebrais e os processos biológicos influenciam o comportamento humano e as experiências subjetivas.


2.1. Perspectivas Neuropsicanalíticas


  • Base Biológica das Pulsões: A neuropsicanálise investiga como as pulsões descritas por Freud podem ter correlações biológicas no cérebro. Por exemplo, áreas do cérebro associadas à agressividade e ao prazer podem estar envolvidas na manifestação da pulsão de morte.

  • Neurotransmissores e Emoções: Estudos sobre neurotransmissores como dopamina e serotonina podem oferecer insights sobre como os estados emocionais relacionados à pulsão de morte se manifestam biologicamente.

  • Plasticidade Neural: A neuropsicanálise também considera como as experiências emocionais moldam as conexões neurais ao longo do tempo, influenciando comportamentos autodestrutivos ou agressivos.

Imagem surreal: crânio dividido, figuras, pássaro

3. Comparação entre Psicanálise e Neuropsicanálise


3.1. Abordagem Teórica


Enquanto a psicanálise clássica foca na dinâmica psíquica interna e nas narrativas subjetivas dos pacientes, a neuropsicanálise busca fundamentar essas experiências em processos neurológicos tangíveis.


3.2. Interpretação dos Comportamentos


Na psicanálise, comportamentos autodestrutivos são vistos como manifestações de conflitos internos não resolvidos relacionados à pulsão de morte. Na neuropsicanálise, esses comportamentos são analisados em termos de resposta neural e química cerebral, buscando entender os mecanismos subjacentes.


3.3. Tratamento Terapêutico


A psicanálise tradicional utiliza técnicas como a livre associação para explorar os conflitos psíquicos relacionados à pulsão de morte. Em contraste, a neuropsicanálise pode incorporar intervenções baseadas em evidências que visam modificar o funcionamento cerebral, como terapias comportamentais ou farmacológicas.


4. Implicações Clínicas


A compreensão da pulsão de morte nas duas perspectivas pode enriquecer o campo terapêutico:


  • Intervenções Personalizadas: Combinando insights da psicanálise com dados neurológicos, terapeutas podem desenvolver intervenções mais eficazes para lidar com comportamentos autodestrutivos.

  • Educação do Paciente: Informar os pacientes sobre a interação entre suas experiências emocionais e reações biológicas pode ajudar na auto-compreensão e na regulação emocional.

  • Pesquisa Interdisciplinar: A colaboração entre psicólogos, psiquiatras e neurocientistas pode abrir novas fronteiras na compreensão dos complexos fenômenos humanos.

Arte abstrata: cérebro dividido, caveiras, borboletas e figuras aladas.  Neuropsionline

Conclusão


A pulsão de morte é um conceito multifacetado que oferece uma rica perspectiva sobre o comportamento humano tanto na psicanálise quanto na neuropsicanálise. Enquanto Freud lançou as bases para entender essa força interna como uma luta entre vida e morte, a neuropsicanálise proporciona uma nova dimensão ao integrar descobertas científicas sobre o cérebro com essas teorias psicológicas. Juntas, essas abordagens oferecem um caminho promissor para uma compreensão mais profunda da natureza humana e dos desafios emocionais enfrentados pelos indivíduos.


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