"A Jornada da Felicidade: Entre a Busca e a Construção Subjetiva"
- Dr° Adilson Reichert
- 10 de fev.
- 4 min de leitura
Atualizado: 2 de jul.
A felicidade é um dos conceitos mais universais e, ao mesmo tempo, mais individuais da experiência humana. Todos aspiram a ela, mas poucos concordam sobre seu significado exato. Neste artigo, exploraremos as múltiplas facetas da felicidade — desde a ideia de "felicidade plena" até a desconstrução de mitos que a cercam —, mergulhando em como nossa mente molda essa busca e por que ela é, acima de tudo, uma construção subjetiva.

---
O Que É Felicidade? Entre o Prazer e o Propósito
A felicidade costuma ser dividida em duas dimensões:
Hedônica: Relacionada ao prazer imediato, como comer uma comida favorita ou viajar.
Eudaimônica: Ligada ao sentido de propósito, como realizar um sonho ou contribuir para algo maior.
Estudos da psicologia positiva, campo liderado por Martin Seligman, sugerem que a felicidade duradoura surge do equilíbrio entre essas duas dimensões. A felicidade plena (ou "eudaimonia") vai além dos momentos efêmeros: é um estado de contentamento profundo, associado à autorrealização e à conexão com valores pessoais, como propôs Abraham Maslow em sua hierarquia de necessidades.

---
Felicidade como Estado vs. Emoção Passageira
A felicidade pode ser tanto um estado emocional temporário (alegria ao receber uma boa notícia) quanto um estado duradouro de bem-estar. Neurocientificamente, hormônios como dopamina e serotonina desempenham papéis cruciais, mas fatores psicológicos — como gratidão, relacionamentos saudáveis e resiliência — são igualmente determinantes.
A armadilha está em confundir a busca por picos de prazer (hedonismo) com a construção de uma vida significativa. Como observou o filósofo Aristóteles: "A felicidade depende de nós mesmos", mas exige prática constante, não apenas conquistas externas.

---
A Sombra da Felicidade: Não Felicidade e Desfelicidade
Nem todo momento é — ou precisa ser — feliz. A não felicidade refere-se a um estado neutro, de aceitação serena da realidade, enquanto a desfelicidade envolve sofrimento ativo, como ansiedade ou frustração.
Curiosamente, a pressão social para "ser feliz o tempo todo" pode gerar paradoxos. O psicólogo Tal Ben-Shahar chama isso de "ditadura da positividade": quando negamos emoções "negativas", aumentamos a infelicidade. O budismo já alertava para esse ciclo ao falar sobre dukkha (frustração inerente à condição humana) e a importância de abraçar a impermanência.

---
Felicidade como Meta: A Ilusão do "Quando Eu..."
Muitos tratam a felicidade como um destino: "Serei feliz quando tiver um emprego melhor, quando me casar, quando comprar uma casa...". Esse pensamento nos coloca na esteira hedônica, termo cunhado por psicólogos para descrever como nos adaptamos a conquistas materiais, sempre querendo mais.
A verdade é que a felicidade não é um ponto de chegada, mas uma jornada de autoconhecimento. Viktor Frankl, sobrevivente do Holocausto, escreveu em "O Homem em Busca de um Sentido" que mesmo nas piores circunstâncias, podemos encontrar significado — e, assim, uma forma de felicidade resiliente.

---
A Subjetividade da Felicidade: Como Sua Mente Constrói a Realidade
A felicidade é profundamente subjetiva. O que traz alegria para um (como solitude e leitura) pode ser entediante para outro (que prefere socializar). Nossa percepção é moldada por:
Cultura: Sociedades coletivistas valorizam harmonia social; individualistas priorizam conquistas pessoais.
Experiências de vida: Traumas ou memórias afetivas influenciam prioridades.
Expectativas: Comparar-se com padrões irreais (como nas redes sociais) gera frustração.
A neurociência cognitiva explica que nosso cérebro não registra a realidade "como ela é", mas interpreta-a com base em crenças e filtros emocionais. Ou seja, duas pessoas podem viver a mesma situação e sentir níveis radicalmente diferentes de felicidade.

---
Felicidade como Construção Mental: Como Reprogramar Seu Olhar
Se a felicidade é subjetiva, podemos cultivá-la através de:
Gratidão ativa: Estudos mostram que listar três coisas pelas quais você é grato diariamente aumenta o bem-estar.
Mindfulness: Práticas meditativas ajudam a focar no presente, reduzindo a ansiedade pelo futuro.
Resiliência emocional: Aceitar emoções difíceis como parte da vida, sem julgá-las.
Conexões autênticas: Relacionamentos profundos são um dos maiores preditores de felicidade, segundo o Estudo Harvard sobre Desenvolvimento Adulto.

---
Conclusão: Felicidade é Uma Escolha Diária
A felicidade não é algo que se adquire, mas algo que se pratica. Ela está menos nas circunstâncias e mais na maneira como interpretamos e respondemos a elas. Como escreveu Carl Jung: "Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta".
Em vez de perseguir a felicidade como um objetivo externo, talvez devêssemos focar em construí-la a partir de dentro — reconhecendo que, em sua essência, ela é uma dança entre aceitação, propósito e a coragem de viver autenticamente.
Pergunte-se hoje: O que a sua versão da felicidade inclui? Como você pode começar a cultivá-la agora, não num futuro hipotético? A resposta está em suas mãos — e em sua mente.
Se fez sentido para você, considere agendar um horário com o psicoterapeuta Adilson Reichert, de o passo rumo a resignificação de si mesmo!
Se você gostou desse artigo considere curtir e compartilhar, e se quiser participar do grupo de whatsapp da pagina clique aqui.
Comments